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quarta-feira, junho 25, 2025

Sinais dos tempos

Com quinze anos, quase como hoje, preferia vestir e calçar tudo o que fosse prático: t-shirts ou camisas, calças de ganga, ténis ou sandálias. Usava o cabelo curto e nunca me maquilhava. Aliás, não havia nas minhas gavetas qualquer produto com o qual pudesse fazê-lo. 

Acontecia o mesmo com quase todas as jovens com as quais convivia. Algumas, esmeravam-se um pouco na roupa e na maquilhagem, em dias de festa.

Penso que havia uma certa liberdade nessa forma de estar. Sobrava-nos também mais tempo. Escolher roupa, para o dia-a-dia ou para sair à noite, testar e fazer a maquilhagem roubam tempo e sossego, sobretudo porque há a preocupação de que tudo fique impecável, para nos sentirmos bem ou para causarmos impacto nos outros.

Noto que, atualmente, a norma é o contrário daquilo que fui. As raparigas começam ainda antes dos 14/15 anos a preocupar-se com a imagem. Maquilham-se diariamente, fazem as unhas como se fossem adultas e são vítimas da moda, comprando desenfreadamente roupa, calçado e acessórios, de que rapidamente se cansam, para imitar ídolos e influencers.

Vivo dividida entre a admiração que sinto por esta geração que tem gosto em cuidar da imagem, em ousar, umas vezes um pouco, outras mais, e a preocupação com esta importância que se dá em demasia à imagem e ao consumismo.

Estarei a ficar velha?

domingo, dezembro 15, 2024

Caríssima Poesia,

 

                escrevo-te com a certeza de que não me faltarás, de que, no momento oportuno, chegarás com as palavras certas. Como duvidar, se nunca me falhaste?

                Vem da infância este amor intenso. Ensinaste-me, então, as rimas e a reconhecer os ritmos e, com eles, o prazer do jogo, o gosto de destravar a língua, de me enganar e de começar de novo. Apontaste-me as metáforas, as hipérboles e as comparações. Sugeriste-me sentidos ocultos, nas curvas dos versos.

                Seria hoje a mesma pessoa sem ti? Saberia ler o mundo da mesma forma, se não tivesse privado contigo e com os poetas que te estimam? Não creio, Poesia.

                Pela tua mão e pela voz dos poetas (e são tantos!), aprendi a nomear o amor e o desamor, o encontro e o desencontro, a plenitude e o vazio, a felicidade e a dor. Não há nada que não caiba no teu seio. É inesgotável.

                Poesia, percebo que guardas as memórias dos homens, que os instigas, que lhes dás voz. Também por isso te admiro, minha amiga. Também por isso te invejo e almejo imitar-te. Mas faltam-me as palavras e a erudição, falta-me essa intimidade com os poetas – os maiores -, falta-me essa grandeza que te nutre e te eleva.

                Sabes bem que a nossa relação não tem sido pacífica. És o meu céu, mas podes também ser o meu inferno. Se há vezes em que te entranhas, outras há em que te estranho.

                Sabes ser doce e apaziguadora e, por isso, te estimo e te procuro. Porém, podes revelar-te fria e implacável. Nesses momentos, dizes o que não quero ouvir, abres as feridas que teimam em não sarar, obrigas-me a olhar-me ao espelho e eu não gosto do que vejo no espelho. Nesses momentos, odeio-te, sofro a urgência de cortar de vez contigo. Porém, volto sempre, como se volta a um velho amigo que nos magoou. Por hábito? Por amor?

                Escrevo-te na esperança de obter respostas. Eu sei que nunca me faltas!

                Da sempre amiga,

                               L.

Esta "carta" resultou de um repto que me lançaram para participar num projeto que foi ontem, dia 14 de dezembro, consumado e que integrou as celebrações dos 5 anos do selo UNESCO, atribuído aos Caretos de Podence.

Infelizmente, por impedimentos familiares e profissionais, não pude fazer parte da festa, mas sei que esta minha carta foi parar às mãos e - quem sabe? - ao coração de alguém.

quarta-feira, dezembro 08, 2021

São assim as árvores


São assim as árvores: cúmplices e companheiras num aparente mutismo. Por vezes, sob o impulso do vento, esse agitador, sussurram-nos suaves melodias, outras parecem protestar de uma raiva desconhecida, agitando os ramos e as frágeis folhas.

São incoerentes as árvores: vestem-se quando o calor se avizinha e despem-se, atirando com fingida displicência a folhagem ao chão, quando o frio ameaça e, depois, se impõe.

São assim as árvores: generosas – e gratas - na partilha do fruto, da lenha e da sombra, numa obediência voluntária às necessidades dos homens.

Como anciãos experientes e sábios, as árvores falam-nos, sem voz que se oiça, do tempo, do que passou e do que há de vir.

São assim as árvores: monumentos de raízes no chão e de braços erguidos ao céu, agradecendo a chuva que as alimenta e o sol que as ilumina e revigora.
deep, 08/12/2021

quarta-feira, janeiro 13, 2021

Da perda e do reencontro

 A minha vida teria tido menos momentos de doçura, se não tivesse tido a sorte de te conhecer e de privar contigo, para não falar de todas as coisas a que tive acesso - os autores, os livros, um bailado da Pina Bausch, os passeios na Gulbenkian, as músicas dos Pink Floyd, as longas conversas debaixo da sombra dos castanheiros, nas tardes de verão, ou, durante muitas madrugadas, na cozinha da tua casa, com vista para o parque de Monsanto - e que me tornaram, em parte, a pessoa que sou. 

Esta noite, sonhei contigo (algo raro) e nesse lugar, a que ascendi pelo sonho, também chegara a pandemia, a querer privar-nos desse abraço que eu queria muito que fosse real.

Talvez os sonhos sirvam também para isto, para nos reencontrarmos com aqueles que perdemos.

sexta-feira, julho 10, 2020

Quando falta a destreza


(Imagem da net)

Ainda que tenha aprendido uns rudimentos de certas manualidades, falta-me destreza para este tipo de trabalhos, sobretudo para a bricolage. Ainda assim, há dias, entrei, decidida, numa loja de materiais de construção e apetrechei-me de tudo o que julguei necessário para pintar alguns compartimentos da casa: escadote, balde de tinta, massa de gesso, primário, espátula, trincha, rolos, cabo extensível para os rolos, fita de pintor e balde. Cheguei tão entusiasmada a casa que, apesar de ser quase noite, dei início à tarefa, começando por isolar todos os interruptores e portas dos compartimentos que dão para o hall e por colocar o primário numa das paredes que, há anos, tive a ideia peregrina de pintar de vermelho escuro. O desalento tomou o lugar do entusiasmo, quando percebi que teria de pintar todas as paredes mais do que uma vez. Dois dias depois, findo o trabalho, tenho de render-me ao óbvio: não tenho talento para pintora, ainda que seja de paredes, porque também para pintar paredes é preciso ter jeito e gosto.
Parece que vou ter de voltar ao plano A: contratar alguém para fazer aquilo que eu, definitivamente, não sei fazer.

quarta-feira, março 25, 2020

Isto não é um lamento

Queixamo-nos do isolamento, de termos de ficar, sozinhos ou acompanhados, confinados ao espaço de uma casa ou de um apartamento. Alguns têm a sorte de viver numa casa com jardim ou quintal, outros, a sorte de habitarem uma casa com varandas amplas, soalheiras (como eu), outros - melhor ainda - a sorte de viverem no campo e de poderem usufruir desse espaço sem terem de se cruzar com outras pessoas. Muitos de nós estamos ainda, felizmente, de saúde e conectados com o mundo de diversas formas e, por isso, a sensação de isolamento atenua-se. 
Queixamo-nos do isolamento, mas, na verdade, queixamo-nos (ocultando as palavras) do medo - de que a pandemia alastre, de que esta situação não tenha fim, de que o "bicho" se instale em nós e, mais ainda, num dos nossos. 
Não é a sensação de claustrofobia que me assalta e me assusta quando desperto, é esta impressão de pesadelo que não se dissipa, quando saio da cama, ponho os pés no chão e lavo a cara.
Tenho estado diária e quase permanentemente em contacto com as pessoas com as quais trabalho, à distância. Enquanto não nos adaptamos a esta novidade que é o teletrabalho (hoje já tive uma reunião de duas horas), gastamos muito mais tempo do que seria expectável num dia normal de trabalho a comunicar com os outros, porque é preciso testar aplicações e canais de comunicação, que nem sempre funcionam, responder a e-mails e mensagens individuais repetidas vezes. E tudo isto cansa, mas tudo isto nos distrai, sobretudo quem vive só, deste clima pesado que nos caiu em cima.

Nestes dias, tenho-me lembrado de livros como O relato de um náufrago, do Gabriel Garcia Marquez, e Teoria geral do esquecimento, do José Eduardo Agualusa. No primeiro, conta-se a história verídica de um homem que terá estado sozinho numa balsa, em pleno alto mar, durante onze dias. Quando li a resenha, perguntei-me o que teria de novo para contar em cada dia alguém que, durante tantos dias, se vê sozinho rodeado de água. Constatei, depois, que em cada dia havia pormenores que o tornavam diferente do anterior. No segundo, narra-se a história de uma mulher que vive em Luanda e que, na véspera da independência, se barrica no apartamento, onde fica isolada durante quase trinta anos. Durante esse tempo, Ludovica escreve para não enlouquecer e que, quando já não tem papel para o fazer, começa a escrever nas paredes.

Tenho, no fim de cada dia, como Ludovica, escrito um relato de tudo o que fiz e de todas as interações (por telefone ou por escrito) com familiares, amigos ou colegas de trabalho (alguns dos quais são também amigos) - nunca recebi tantos telefonemas, e-mails ou mensagens no WhatsApp em tão pouco tempo. Constato que, como os do náufrago, também  os meus dias têm sido diferentes uns dos outros e que, ao contrário do que aconteceria há alguns anos e ainda acontece hoje com algumas pessoas, estou longe de estar isolada! Bendita tecnologia!

Fiquem todos muito bem! 

quarta-feira, outubro 24, 2018

De volta aos piercings e aos bordados

Li, "de raspão", que a Fernanda Câncio ridicularizou, nas redes sociais, a Dina Aguiar pelo facto de esta ter o hábito de se despedir diariamente dos espectadores com um "Até amanhã, se Deus quiser". Não sei se a Dina Aguiar é crente (suponho que o seja) e se a expressão decorre dessa crença ou se é um automatismo de alguém que, tendo, como eu, uma origem rural e de província, interiorizou essas e outras expressões. Eu não uso a expressão e é muito raramente que vejo o programa, mas, nas poucas vezes que o vi, não reparei nesse hábito da apresentadora, talvez porque tal não me provoque urticária. 
Podemos sempre advogar que o canal é público e laico, mas talvez não tenhamos o direito de impedir que a apresentadora "denuncie" publicamente a sua crença.
Quanto às palavras e à atitude da Fernanda Câncio entendo-as como um sinal de pouca tolerância e da arrogância de alguém pensa que só somos cultos se formos urbanos e citadinos e que Portugal se restringe à capital.
Este episódio, com contornos de fait-divers, lembra-me um texto que escrevi há tempos e leva-me, de novo, ao conceito de "tolerância". Talvez eu própria esteja a ser pouco tolerante com uma das partes...

segunda-feira, julho 23, 2018

Cumplicidades


Um dia, deu-se conta de que é um espírito rebelde. Não conseguindo libertar-se de regras, convenções e obrigações, sejam legais, sociais ou sentimentais, fá-lo através da leitura. Talvez não seja coincidência o facto de se ter apaixonado, primeira na adolescência, e depois na transição desta para a a idade adulta, por personagens que procuram, pela aventura ou pela errância, ir contra as convenções. Quem sabe se Holden, de The Catcher in the Rye, ou Larry, de O Fio da Navalha, e outras personagens das quais se foi, ao longo de décadas,  tornando cúmplice, não são o seu alter-ego, que não sabe outra forma de se exprimir?

sábado, junho 30, 2018

Para a eventualidade de

Ela foi coleccionando, como toda a gente (supõe), uma lista secreta de músicas românticas, para a eventualidade de aparecer alguém com quem possa ouvi-las e, quem sabe, dançá-las.
Felizmente, há músicas que têm esse carácter das coisas eternas.

domingo, abril 22, 2018

Suposições

Aquilo que na ficção são segundas oportunidades que o Universo, a conspirar, dá às pessoas, na realidade não passam de coincidências.


sexta-feira, abril 20, 2018

Jamais se detém Kronos

A mulher que está a 363 dias de completar 50 anos olha-se ao espelho e sabe que o tempo não perdoa. Há dias, contudo, em que se sente ainda, apesar das rugas, do cepticismo e dos recentes cabelos brancos, a adolescente dos anos 80, insegura e insatisfeita, que adorava música e longas conversas com as amigas.

terça-feira, novembro 28, 2017

Apaziguar a alma


"Fumo" de Miguelanxo Prado

Protege a cabeça com um gorro de lã e as mãos com luvas. Deixa a cara descoberta. Gosta de sentir no rosto este frio cortante que anestesia a ponta do nariz. (Castigar o corpo para esvaziar e apaziguar a alma.) Os pés, enfiados numas sapatilhas, cumprem diligentes a caminhada, enquanto a conversa flui com as companheiras. Passa pouco das 21h, mas, no percurso correspondente a 1 hora, não vêem vivalma. Homens e animais refugiam-se no calor e no conforto das habitações, incapazes de suportar a frio que começa a pôr sobre os tejadilhos dos carros uma camada de gelo fina e brilhante.

sexta-feira, novembro 24, 2017

Fui despedir-me


Fui despedir-me de ti. Não de ti, na verdade. Fui despedir-me da tua forma física.
Vesti uma túnica azul céu e pus sobre ela um lenço com pequenas flores a lembrar o campo.
Comprei-te um ramo de margaridas, uma das tuas flores preferidas. Por ser feriado, havia menos lojas de flores abertas, por isso não encontrei as amarelas, só brancas. Um ramo simples, sem enfeites nem etiquetas. Que importa que os outros saibam que tas ofereci? Isto fica entre nós, como as longas conversas que tivemos durante anos e que, muitas vezes, à distância, apaziguaram a tua e a minha solidão.
Acautelei, no bolso, não fosse alguém lembrar-se de programar uma tertúlia para a despedida, um estreito volume com a poesia de Caeiro. Sei que o teu eleito era o Campos, mas que também nutrias pelo Mestre alguma simpatia.

Fui despedir-me de ti no outono, quando era suposto haver folhas secas no chão.

Um devaneio escrito, no dia 5 de Outubro, em homenagem a um amigo, e que hoje dedico também ao Pedro Rolo Duarte, que, não sendo um amigo, era alguém que respeitava e cujas crónicas costumava ler também aqui.

sábado, junho 03, 2017

Anónima e silenciosa


Pintura de Graça Morais

Os vários filhos e netos saíram da igreja, na frente do cortejo, amparados pelos  respectivos companheiros. Cada um entregue à sua dor. No meio da multidão (ele era um senhor conhecido e respeitado), atónita e curvada, seguia a companheira de muitos anos (mais de meio século), guiada pela mão diligente do funcionário da funerária, que a segurava pelo cotovelo esquerdo. Seguia, como sempre fez, anónima, silenciosa e discreta até na dor.

domingo, abril 30, 2017

Talvez tenha de ser assim

Há momentos em que sentimos mais que as pessoas à volta de afastam. Percebemos que, nalguns casos, não há retrocesso. Nunca, como nos últimos tempos, vi tanta gente afastar-se. Aos poucos, ficam apenas os amigos mais antigos e, ainda assim, nem todos, Felizmente, com a idade, tornamo-nos mais resistentes às perdas.

sábado, março 25, 2017

Era bom, era

Dizem-lhe que está igual. Dizem-lhe que os anos não passam por ela. O espelho costuma dizer-lhe o contrário. Os vincos multiplicam-se no seu rosto. A um ritmo pouco acelerado, é certo. Os cabelos brancos começam a surgir, espetados, por entre a cabeleira castanha. As roupas, um pouco mais largas, afiançam-lhe que as pessoas mentem. Porque são simpáticas - ou querem parecê-lo. Porque não encontram outras palavras para gastar os minutos ou segundos que distam do encontro à despedida. Ou talvez as pessoas, essas que lhe dizem, com um sorriso, aparentemente franco, que está igual, tenham uma visão distorcida pelo tempo que passou e, por isso, já não se lembrem de como ela era há anos.
É certo, porém, que há dias, como hoje, em que se sente mais jovem, em que esquece a idade e os estragos que esta e a falta de cuidado foram operando em si. Talvez seja dos ténis que há dias se ofereceu e que usa até no local de trabalho, ou do anoraque com capuz debruado a pelo, igual ao de algumas adolescentes que conhece. Ou talvez seja só uma vontade grande de não envelhecer que os outros, os que lhe dirigem comentários elogiosos, vêem nela.

sábado, março 11, 2017

Dentro de uma bolha

Coloca os auscultadores sem fios que comprou há dias, irmana-os com o telemóvel. Procura um álbum de Karunesh no Youtube e, enquanto se entrega às tarefas de casa, sente-se dentro de uma bolha onde só ela cabe.


quinta-feira, março 09, 2017

Também eu


... conheço algumas,

da geração dos meus pais, que viveram e ainda vivem para a família, que são, como a avó Josefa do Saramago, traves da casa, silenciosas e resignadas.
Por vezes, oiço os filhos elogiar-lhes a força, o sacrifício de uma vida, mas são os mesmos que continuam a ocupá-las para que eles possam ter uma vida mais confortável e de certos mimos que só as mães sabem fazer daquela maneira. Os mesmos que lamentam a sorte dessas mulheres não são capazes de um gesto generoso que as liberte e as faça sentir mais do que escravas dos maridos, dos filhos, dos netos, da casa.
Infelizmente, apesar de vivermos em pleno século XXI, num país supostamente evoluído, convivo com mulheres da minha geração que, exercendo uma profissão, que lhes ocupa tempo fora e dentro de casa, continuam, em certa medida por opção, porque não souberam dizer «não» a tempo, a ser escravas da casa, do marido, dos filhos. São mulheres "modernas", que se preocupam com a aparência, que vestem de forma juvenil, que tomam café com as amigas a correr, porque em casa as espera um cesto de roupa para passar ou o jantar para fazer. São essas mulheres que se lamentam que surpreendo, não raras vezes, a apontar o dedo àquelas que procuram ter uma vida diferente e que "têm a sorte" de que os maridos as "ajudem". Nem umas têm azar, porque, frequentemente, são responsáveis por esse "azar", nem as outras têm sorte, têm só aquilo que deveria ser tão natural que não merecesse comentários e reflexões ou a necessidade de se celebrar um Dia da Mulher.

terça-feira, fevereiro 21, 2017

Pequenos desafios


(Sarah-Jane Szikora)

Executar tarefas que nos empurram para fora da zona de desconforto da rotina pode ser muito gratificante. Ainda que essas tarefas nos roubem horas ao sono e ao lazer . Ainda que significam responder mais cedo ao apelo do despertador e a conceder, sem qualquer tipo de gratificação. horas extraordinárias à entidade patronal.
Protesto, barafusto, discordo, mas, na hora H, quando me propõem um desafio, por pequeno que seja, não consigo dizer «Não». Sempre pelo desafio.

sábado, fevereiro 18, 2017

Paradoxos

Preciso de pôr trabalho em ordem. O silêncio desconcentra-me. A música ajuda-me a manter a concentração. As melodias ritmadas e mais alegres distraem-me. As melancólicas permitem-me a abstração, mas entristecem-me. Não está fácil...