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sexta-feira, setembro 11, 2009

regresso a Ítaca

Génesis De mim não falo mais: não quero nada. De Deus não falo: não tem outro abrigo. Não falarei também do mundo antigo, pois nasce e morre em cada madrugada. Nem de existir, que é a vida atraiçoada, para sentir o tempo andar comigo; nem de viver, que é liberdade errada, e foge todo o Amor quando o persigo. Por mais justiça ...-Ai quantos que eram novos em vâo a esperaram porque nunca a viram! E a eternidade...Ó transfusâo dos povos! Não há verdade:O mundo não a esconde. Tudo se vê: só se não sabe aonde. Mortais ou imortais,todos mentiram. Jorge de Sena A minha modesta homenagem ao poeta, no dia em que "regressa" à terra mater...

quarta-feira, setembro 17, 2008

no país dos sacanas

Que adianta dizer-se que é um país de sacanas? Todos os são, mesmo os melhores, às suas horas, e todos estão contentes de se saberem sacanas. Não há mesmo melhor do que uma sacanice para poder funcionar fraternalmente a humidade de próstata ou das glândulas lacrimais, para além das rivalidades, invejas e mesquinharias em que tanto se dividem e afinal se irmanam. Dizer-se que é de heróis e santos o país, a ver se se convencem e puxam para cima as calças? Para quê, se toda a gente sabe que só asnos, ingénuos e sacaneados é que foram disso? Não, o melhor seria aguentar, fazendo que se ignora. Mas claro que logo todos pensam que isto é o cúmulo da sacanice, porque no país dos sacanas ninguém pode entender que a nobreza, a dignidade, a independência, a justiça, a bondade, etc., etc., sejam outra coisa que não patifaria de sacanas refinados a um ponto que os mais não são capazes de atingir. No país dos sacanas, ser sacana e meio? Não, que toda a gente já é pelo menos dois. Como ser-se então nesse país? Não ser-se? Ser ou não ser, eis a questão, dir-se-ia. Mas isso foi no teatro, e o gajo morreu na mesma. Jorge de Sena