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quarta-feira, setembro 28, 2016

Talvez esteja saudosista

Há dias,quando tirei da estante um livro da colecção «Patricia», para emprestar à minha sobrinha, ocorreu-me o texto que agora recupero do baú.

Capa do único livro da colecção que comprei
Uma imagem igual a um dos meus posters

Recordo como fui uma adolescente típica, com dias marcados por paranóias e euforias, por sonhos e paixões assolapadas, por crises de ansiedade e episódios de anorexia, de que aparentemente saí ilesa - ou não!
Na altura, lia, sofregamente, os volumes da Patrícia e sonhava protagonizar, como ela, aventuras e desvendar casos misteriosos.
Lembro-me de, pelos 13 ou 14 anos, ter passado aproximadamente um mês e meio em Lisboa, repartindo os dias entre as casas de diferentes familiares. De lá, trouxe a aversão aos vestidinhos, que troquei por umas calças amarelo-canário, artilhadas com bolsos, molas e fechos por todo lado e uma t-shirt de riscas bem coloridas, a fazer conjunto - a propósito desta vestimenta, lembro-me de uma vizinha de uma das minhas tias ter exclamado, atónita, ao ver-me:"Ah! Mas ela veste-se como as meninas de cá!" Depreendo que a senhora deve ter confundido Trás-os-Montes com Marte!!!
Acompanhou-me igualmente, no regresso, uma "doença" que começara a desenhar-se antes, mas que ganhou confirmação na capital, influenciada por uma das minhas primas e pelas amigas que, na altura usavam roupa verde-alface e cor-de-laranja e, pelo menos uma delas, calçava umas sandálias Colibri, anunciadas em tudo o que era outdoor em Lisboa: a "Duran-mania". Nunca fui de arrancar cabelo ou de emitir guinchinhos histéricos - como as fãs dos Beatles -, mas lembro-me de comprar a Bravo, na altura em alemão, de que não sabia uma palavra, só porque saía uma minúscula fotografia dos Duran Duran, de copiar para um caderno as letras das canções destes e de outros ídolos e de ornamentar - para desgosto da minha mãe - as paredes do quarto com fotografias em poster dos "meninos". Ao contrário da maior parte das raparigas, não tinha como preferido o Simon ou o John, antes o Roger, o baterista, talvez por parecer mais discreto.
Muita coisa mudou desde a minha adolescência - inclusive os meus gostos musicais -, mas confesso-vos que, de vez em quando, me sabe bem ouvir isto, pelos velhos tempos!