Li, "de raspão", que a Fernanda Câncio ridicularizou, nas redes sociais, a Dina Aguiar pelo facto de esta ter o hábito de se despedir diariamente dos espectadores com um "Até amanhã, se Deus quiser". Não sei se a Dina Aguiar é crente (suponho que o seja) e se a expressão decorre dessa crença ou se é um automatismo de alguém que, tendo, como eu, uma origem rural e de província, interiorizou essas e outras expressões. Eu não uso a expressão e é muito raramente que vejo o programa, mas, nas poucas vezes que o vi, não reparei nesse hábito da apresentadora, talvez porque tal não me provoque urticária.
Podemos sempre advogar que o canal é público e laico, mas talvez não tenhamos o direito de impedir que a apresentadora "denuncie" publicamente a sua crença.
Quanto às palavras e à atitude da Fernanda Câncio entendo-as como um sinal de pouca tolerância e da arrogância de alguém pensa que só somos cultos se formos urbanos e citadinos e que Portugal se restringe à capital.
Este episódio, com contornos de fait-divers, lembra-me um texto que escrevi há tempos e leva-me, de novo, ao conceito de "tolerância". Talvez eu própria esteja a ser pouco tolerante com uma das partes...
O ato de tolerar é em si já um pressuposto discutível pelo facto de admitir uma espécie de superioridade do que tolera em relação ao que é tolerado. Quanto à questão propriamente dita, é uma briga que não dará "pano para mangas", "se Deus quiser".
ResponderEliminarBeijinho
Lídia
Tem razão, Lídia,tolerar supõe uma certa superioridade, como ser condescendente. Penso que não dará, de facto, pano para mangas. :)
EliminarBeijinho
Já tenho ouvido essa forma de despedida da Dina Aguiar e até acho interessante ela assumir a expressão "se Deus quiser", precisamente porque não é habitual noutros profissionais da comunicação social e é um detalhe que a caracteriza. Tal como outros detalhes caracterizam outros jornalistas ou apresentadores de programas televisivos. Não conheço os termos em que a F. Câncio criticou a Dina Aguiar, mas o facto é que todos nós podemos, por vezes, padecer de alguma falta de tolerância. Atire a primeira pedra quem nunca se riu de alguém.
ResponderEliminarComo referi, luisa, nunca tinha dado conta que ela usa a expressão, penso, como referi, que é tão natural nela que nem se dá conta. É certo, todos somos intolerantes em diferentes circusntâncias.
EliminarPensava que era sobre a Manuela Moura Guedes...
ResponderEliminarTenho dúvidas, compreendo a expressão se usada no dia a dia, mas a TV e é a pública confere outras responsabilidades e há entre os portugueses crentes e não crentes.
~CC~
CC, é certo que, sendo a RTP uma televisão pública, há da parte dos seus profissionais algumas responsabilidades, contudo penso que ela use a expressão sem essa intenção de manifestar a sua crença.
EliminarCada vez mais as pessoas e também os jornalistas se pegam ao chamado "politicamente correcto". Por que motivo alguém se há-de incomodar por ser dito "se Deus quiser"? Não vejo nenhuma razão…
ResponderEliminarUma boa semana.
Um beijo.
Graça, há menos mal ainda quando reflecte um automatismo que resulta de vivências da pessoa em causa.
EliminarBoa semana. Beijo
curioso! também eu nunca reparei nesse "até, amanhã de Deus quiser..."
ResponderEliminarserá por ser eu ateu, graças a Deus?
abraço
Com sentido de humor tudo fica melhor, Manuel Veiga. :)
EliminarAbraço
Boa semana para todos.
ResponderEliminarAbraços. :)
Já ouvi essa expressão à Dina Aguiar e até achei giro.
ResponderEliminarAcho que pessoas que criticam uma coisa dessas são umas tolas, que se acham muito inteligentes. Tanto "politicamente correcto" enjoa. O "politicamente correcto" é uma forma de repressão que já cansa.
Beijinhos:))
Tens razão, estamos a cair no extremo do "politicamente correto". :) Beijinhos
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