terça-feira, maio 21, 2019

Pé ante pé

Regresso, pé ante pé, um mês e alguns dias depois de ter passado a linha do meio século. Deste lado, nada de novo, só a rotina a devorar-me as horas, o ânimo e um resto de imaginação.

Do baú, resgato um tosco devaneio, que suponho ser de 2014:

Não sei de que água é feito esse mar
que atravessa os meus sentidos
E que não sabe a sal.
Não sei em que distância me perdi,
Por que sendas e escarpas
Deixei que o corpo se embrenhasse
E perdesse a noção das horas.
É este o meu ofício: nada saber.

4 comentários:

  1. Não sei de que ano é....
    Sei que é um poema muito lindo!!
    O verdadeiro saber consiste em saber que nada se sabe!!!

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  2. Acho graça à ênfase que se dá à passagem do meio século, das décadas, das datas redondas :)

    deep, que venham dias felizes para ti!

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  3. Não sabemos nada, mesmo quando achamos que sabemos. Mas a vida está aí, linda para ser vivida. Que seja feliz. Gostei muito do poema.
    Uma boa semana.
    Um beijo.

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