domingo, novembro 27, 2016

Não soube da tarde



Não soube da tarde
senão pela mudez das pedras,
pelo êxtase iluminado das árvores.
Ébria de memórias,
errei por caminhos de pó,
por trilhos de quietação.
Bebi, em sorvos lentos,
o aroma agreste das estevas,
bebi-me inteira, de um trago,
sem que me conhecesse.
Reencontrei-me no canto das cigarras,
no restolhar animal e anónimo,
numa saudação longínqua de estrelas.
deep, Agosto de 2013

Entretanto, resolvi fazer uma gravação caseira, que podem encontrar aqui. Só uma brincadeira... 

9 comentários:

  1. Saudades bonitas :)

    Foram o meu alegre despertar.

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  2. Às vezes também fico ébria de memórias. e gosto disso. :)

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  3. Um poema fantástico! Encontrei-me nele...
    Uma boa semana.
    Beijos.

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  4. Obrigada, conta corrente! :)

    As memórias sustentam-nos, Laura.

    Graça, obrigada!

    Uma boa semana para todos. Beijos

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  5. A tua poesia é linda. Ainda não li nada, aqui, que me fosse indiferente ou que gostasse menos.
    Este poema, por exemplo, queria tê-lo escrito, mas tu antecipaste-te... :)

    Beijo meu

    Lídia

    (não consegui abrir o "aqui")

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  6. Bom dia, o poema é lindo, certamente que o mesmo vai ao encontro da maioria das pessoas, nos caminhos de pó.
    Continuação de feliz semana,
    AG

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  7. Obrigada, Lídia. Assim, fico sem palavras. :) Beijinhos

    Obrigada, AG, pelas palavras e pela visita. :)

    Boa semana para ambos.

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