("Os Amantes", Magritte)
Tinham o rosto aberto a quem passava.
Tinham lendas e mitos
e frio no coração.
Tinham jardins onde a lua passeava
de mãos dadas com a água
e um anjo de pedra por irmão.
Tinham como toda a gente
o milagre de cada dia
escorrendo pelos telhados;
e olhos de oiro
onde ardiam
os sonhos mais tresmalhados.
Tinham fome e sede como os bichos,
e silêncio
à roda dos seus passos.
Mas a cada gesto que faziam
um pássaro nascia dos seus dedos
e deslumbrado penetrava nos espaços.
Eugénio de Andrade
Os amantes do dinheiro é que corrompem todo o sentimento...
ResponderEliminarEugénio sempre, cara deep. Eugénio arrepia, comove, incomoda, interpela, desafia... mas nunca se lhe fica indiferente.
ResponderEliminar(Gosto sempre do que por aqui encontro. Obrigada :))
Um abraço.
o meu poema preferido... obrigado por o ver aqui...
ResponderEliminarbjokas
maria3
Sem dúvida, Koky. :)
ResponderEliminarR. e maria3, eu é que agradeço - as palavras, a companhia. :)
Boa semana para todos.
Cê tem um belo belogue, sabia?
ResponderEliminarVou passar mais vezes!