Quando tinha fome, comia um rissol
e, se bem calhava, bebia um Sumol.
*
Era um pato peripato
que dormia num sapato
e um gato pigmeu
que nada tinha de seu
e um cão mandrião
que não aprendia a lição.
Veio o vento barulhento,
levou tudo pelo ar.
Foi-se o pato, foi-se o gato
e até o meu sapato.
Foi-se o cão mandrião.
Só ficou esta canção.
*
Havia um pintor
que pintava com amor.
Usava trincha e pincel
e chamava-se Manuel.
Estas e outras rimas surgiram de improviso, no contacto diário com a minha mãe. As rimas, quanto mais disparatadas ou algo maliciosas, assim como algumas canções infantis ou populares (a "Laurindinha" é uma das preferidas) fazem-na rir ou despertam nela memórias antigas. Inventar rimas ou pequenas narrativas para justificar o lugar onde está ou a ausência de alguém é um desafio constante. Sobra-me pouco tempo para outras "criações".