terça-feira, julho 31, 2018

Do baú


Falas-me do sol
e da areia morna
de outros poentes.

Em troca, conto-te
o frio das noites, 
o cinzento das horas
que se agarrou a mim
como uma pele nova.

Peço-te, com os olhos
e com o que silencio,
que me leves contigo
a ver os poentes em brasa
de que perdi a memória.

Mas tu ignoras os meus gritos,
tu preferes não ver
o gume em que caminho
nas horas de desespero...

Tu nunca ficas:
o teu coração precisa de luz...

Tu nunca ficas: os teus braços
anseiam ser asas...

Tu nunca olhas para trás: o teu mundo
são o mar e a vastidão
de montanhas e de desejos...

deep, Janeiro de 2013

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