domingo, março 13, 2011

...


Oiço a tua voz - reconhecê-la-ia
ainda que, subitamente, falasses
outra língua...


Oiço a tua voz, dizia, e, dentro de mim,
um vulcão ameaça entrar em erupção
para, de seguida, se desfazer num rio de lava.


Oiço-a e, por instantes, sou pássaro
em sinuoso voo,
sou margem venturosa de um rio que,
por descuido, extravasa o leito.


Sonho-a e, nos meus sonhos, a tua voz,
desconhecida, outra,
perde-se dos meus dedos e da possibilidade
de a recolher límpida e inocente no meu colo.


"Deep", Março de 2011

6 comentários:

  1. Imagem e poema num encaixe perfeito.
    Parabéns deep pelos teus magníficos posts.
    Beijinhos e bom domingo.

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  2. Muito obrigada! Beijinhos e bom domingo também para ti ;)

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  3. belíssimo poema e belíssima fotografia, deep. Parabéns por ambos, pela sensibilidade expressa e pela 'poesia' do post.

    Abraço e uma óptima semana!

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  4. Deep,

    é um poema que nos traz imagens belíssimas repassadas de um sentir saudoso e inconformado.
    Sublinho:
    "perde-se dos meus dedos e da possibilidade
    de a recolher límpida e inocente no meu colo".

    Um beijo

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  5. Obrigada a todas pelas palavras e por me fazerem companhia. Abraços. :)

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