O meu olhar espera-me nas coisas,
para me olhar a partir delas
e me despojar do meu olhar.
A minha memória espera-me nas coisas
para me provar que não existe o olvido.
E as coisas apoiam-se em mim,
como se eu, que não tenho raiz,
fosse a raiz que lhes falta.
Será que talvez as coisas
também esperem por mim?
Será que tudo o que existe
se espera fora de si?
Será que afinal os meus braços
estão abertos para me abraçar?
Roberto Juarroz
para me olhar a partir delas
e me despojar do meu olhar.
A minha memória espera-me nas coisas
para me provar que não existe o olvido.
E as coisas apoiam-se em mim,
como se eu, que não tenho raiz,
fosse a raiz que lhes falta.
Será que talvez as coisas
também esperem por mim?
Será que tudo o que existe
se espera fora de si?
Será que afinal os meus braços
estão abertos para me abraçar?
Roberto Juarroz
Excelente, este poema de Roberto Juárroz , a lembrar Pessoa nas afirmações , dúvidas , indagações...
ResponderEliminarExcelente!
cordialmente
José Ribeiro Marto
Nunca tinha pensado nisso... há, de facto, alguma coisa que lembra Pessoa...
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