Um dia, num restaurante, fora do espaço e do tempo,
Serviram-me amor como dobrada fria.
Disse delicadamente ao missionário da cozinha
Que a preferia quente,
Que a dobrada ( e era à moda do Porto) nunca se come fria.
Impacientaram-se comigo.
Nunca se pode ter razão, nem num restaurante.
Não comi, não pedi outra coisa, paguei a conta,
E vim passear para toda a rua.
Quem sabe o que isto quer dizer?
Eu não sei, e foi comigo...
(Sei muito bem que na infância de toda a gente houve um jardim,
Particular ou público, ou do vizinho.
Sei muito bem que brincarmos era o dono dele.
E que a tristeza é de hoje).
F. Pessoa - Álvaro de Campos, Dobrada à Moda do Porto
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ResponderEliminare ocorreu-te muito bem...
ResponderEliminar;)
só mesmo o Álvaro para ter esta tirada...
ResponderEliminarNo meu jardim as árvores cresceram abruptamente e tornaram-se adulta fora do tempo...
Boa escolha.
ResponderEliminarGostei. Pode ocorrer-te coisas destas mais vezes que eu não me importo nada de lê-las!
ResponderEliminarBeijinhos
Conjunto poema/foto :) perfeito :)
ResponderEliminarObrigada a todos pelas palavras simpáticas.
ResponderEliminarBom resto de semana. Bjs
que maravilha! as coisas que tu descobres!
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