quinta-feira, setembro 22, 2022

As amoras



O meu país sabe as amoras bravas
no verão.      
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
    
                   Eugénio de Andrade, O Outro Nome da Terra

Com votos de felizes dias para a ana e para a CC!

 

4 comentários:

  1. Obrigada querida Deep...adoro o poema e já comia uma dessas amoras:)

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  2. O meu gosto por este poeta não é de dizer.

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  3. O Eugénio sempre a comover-me com as palavras que escreveu. Gostei tanto de o ler aqui.
    Uma boa semana com muita saúde.
    Um beijo.

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