domingo, junho 10, 2018

Redes sociais

Chego da aldeia, quando a noite começa a assomar. Chego com as baterias carregadas. De paisagem, de carinho e de pequenas ofertas. No estômago, a coalhada que comi em casa de uma das tias e a fatia de bolo que outra tia acabara de tirar do forno; em sacos, "amostras" das suculentas da mãe, as cerejas e as alfaces da horta do pai.
Uma tia fez a coalhada com o leite que o genro lhe ofereceu; a outra tia confecionou o bolo a partir de uma receita que há dias eu própria registei, de cabeça, numa folha de papel; as suculentas que a mãe me deu cresceram de rebentos que, há meses, uma senhora amiga prontamente lhe deu e, logo que os filhotes cresçam em minha casa e deles próprios nasçam filhotes hei-de oferecê-los a uma das minhas amigas, fã e coleccionadora de suculentas. Antes de entrar em casa, reparti as alfaces e as cerejas, com o meu irmão e uma amiga de longa data, a mais antiga, por sinal.
Assim, funcionam as redes sociais, sem símbolos, nem cores. Redes de afectos e da partilha que nasce dos afectos e da generosidade.

2 comentários:

  1. "Redes de afectos e da partilha que nasce dos afectos e da generosidade." Para mim essas são as redes sociais que contam.
    Muito belo!
    Uma boa semana.
    Um beijo

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  2. Obrigada, Graça.:) Uma semana muito boa para si.

    Um beijo

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