Conto até cem e, se não chegares antes dos cem, vou-me embora. Não chegaste antes dos cem. Conto de cem a um e, se não chegares antes do um, vou-me embora. Não chegaste antes do um. Conto dez automóveis pretos e, se não chegares antes dos dez automóveis pretos, vou-me embora. Não chegaste antes dos dez automóveis pretos. Nem antes dos quinze taxis vazios. Nem antes dos sete homens carecas. Nem antes das nove mulheres loiras. Nem antes das quatro ambulâncias. Nem sequer antes dos três corcundas e, entretanto, começou a chover.
António Lobo Antunes
Surripiado daqui
(Penso que já o publiquei antes.)
Fantástico, a fazer lembrar a história da mulher que contei ontem na rua da índia! Obrigada pelo teu comentário por lá, teve resultados surpreendentes.
ResponderEliminarBeijinho
?!?! Não começou nada. Pelo menos aqui não. Mas passaram dois táxis cheios e um careca.
ResponderEliminarJá faltou mais.
É verdade, CC, há nas duas histórias o mesmo desespero. :) Não tens de agradecer.
ResponderEliminarBeijinho
Luís, há que ter esperança, mesmo quando chove. :)
abençoada chuva :)
ResponderEliminarNão serve só baixar o pó, ana. Também apazigua o desespero. :)
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