No dia 19 de Outubro de 2005, por volta das 20 horas, nascia o Letras. Não tem sido fácil alimentar este espaço. Ainda assim, está vivo e é aqui que eu me sinto "em casa".
A primeira publicação incluiu este poema do Mário de Sá-Carneiro, do qual gosto muito e que hoje dedico a todos quantos me visitam e vão deixando palavras simpáticas ou "rasto" da sua passagem.
Bem hajam por me fazerem acreditar que ainda vale a pena continuar por cá!
Quase
Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...
Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minh'alma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!
De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...
Momentos de alma que,desbaratei...
Templos aonde nunca pus um altar...
Rios que perdi sem os levar ao mar...
Ânsias que foram mas que não fixei...
Se me vagueio, encontro só indícios...
Ogivas para o sol - vejo-as cerradas;
E mãos de herói, sem fé, acobardadas,
Puseram grades sobre os precipícios...
Num ímpeto difuso de quebranto,
Tudo encetei e nada possuí...
Hoje, de mim, só resta o desencanto
Das coisas que beijei mas não vivi...
Um pouco mais de sol - e fora brasa,
Um pouco mais de azul - e fora além.
Para atingir faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...
Parabéns e obrigada pela transmissão! Beijos
ResponderEliminarMuito obrigada, miúda! :)
ResponderEliminarBeijinhos
Querida Deep, tens sido uma óptima companhia, sempre com uma palavra amiga e até a lembrares datas de anos! Há por aí alguém bom, bonito...e isso é o que de mais importante estas coisas dos blogues nos podem trazer.
ResponderEliminar~CC~
Gosto muito deste poema:)
ResponderEliminarParabéns pelos nove anos. Só tenho o meu há três e já algumas vezes me apeteceu desistir, mas torna-se um pouco viciante e há os amigos que continuam a visitar-nos e que nos dão a vontade de continuar. Porque digam o que disserem, se ninguém ler o que colocamos, para quê ter um blogue, não é? Então guardamos as coisas numa pen e pronto!
Eu gosto que me visitem e que me deixem comentários e gosto de o fazer com os blogues de que gosto, embora nem sempre o tempo chegue para tudo.
Parabéns! Longa vida ao blogue!
Obrigada, CC, pelas palavras de carinho e pela companhia. Também tens sido uma companhia serena e amiga ao longo de alguns destes nove anos.
ResponderEliminarQualquer dia, temos de marcar outro café, na serra ou junto ao mar.
Beijinho
Isabel, obrigada também pelas palavras e pela companhia. Ainda que nem sempre comentemos, só o sabermos que há quem nos acompanhe já é muito bom. :)
Venham mais cinco
ResponderEliminarolá
ResponderEliminareu gosto de vir aqui, muitas vezes nem deixo rastro mas, isso não quer dizer que não goste.
parabéns e um beijinho
:)
Obrigada, Mar Arável. :)
ResponderEliminarParabéns pelo novo livro!
Piedade, obrigada. Eu sei que sim. :)
Beijinho
Descobri-a há pouco, mas fiquei por cá.
ResponderEliminarAbraço
Helena, gosto que tenha ficado. :)
ResponderEliminarAbraço