sábado, outubro 11, 2014

Do baú...

Falas-me do sol
e da areia morna
de outros poentes.

Em troca, conto-te
o frio das noites, 
o cinzento das horas
que se agarrou a mim
como uma pele nova.

Peço-te, com os olhos
e com o que silencio,
que me leves contigo
a ver os poentes em brasa
de que perdi a memória.

Mas tu ignoras os meus gritos,
tu preferes não ver
o gume em que caminho
nas horas de desespero...

Tu nunca ficas:
o teu coração precisa de luz...

Tu nunca ficas: os teus braços
anseiam ser asas...

Tu nunca olhas para trás: o teu mundo
são o mar e a vastidão
de montanhas e de desejos...

deep, Janeiro de 2013

6 comentários:

  1. Quando dois mundos não se fundem, não há relação possível...
    Um magnífico poema, que nem sequer tem caruncho por ter estado quase 2 anos no baú...
    Tem um bom fim de semana, querida amiga.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  2. Obrigada pelas palavras sempre generosas, poeta.

    Um óptimo fim-de-semana.
    Beijo

    ResponderEliminar
  3. É um devaneio muito bonito:)
    Gostei.
    Beijinhos:)

    ResponderEliminar
  4. Obrigada, Isabel. :)
    Um beijinho

    ResponderEliminar
  5. A luz e a sombra,ligam-se, é preciso aprender a ver e sobretudo aceitar:)
    Gosto muito!

    ResponderEliminar
  6. A atracção dos opostos...

    Obrigada! :)

    ResponderEliminar