quarta-feira, outubro 02, 2013

Elegia

Nem os 

dias longos me separam da tua imagem. 
Abro-a no espelho de um céu monótono, ou 
deixo que a tarde a prolongue no tédio dos 
horizontes. O perfil cinzento da montanha, 
para norte, e a linha azul do mar, a sul, 
dão-lhe a moldura cujo centro se esvazia 
quando, ao dizer o teu nome, a realidade do 
som apaga a ilusão de um rosto. Então, desejo 
o silêncio para que dele possas renascer, 
sombra, e dessa presença possa abstrair a 
tua memória. 

Nuno Júdice
Trouxe este poema da estante da sala ao lado, onde vou colocando algumas "reservas".

3 comentários:

  1. Há imagens que se vão perdendo...
    Gosto do poeta.
    Minha querida amiga, tem um bom fim de semana.
    Beijo.

    ResponderEliminar
  2. Obrigada a ambos pela companhia! Um bom resto de semana. :)

    ResponderEliminar