quinta-feira, outubro 10, 2013

Devanear...


Urgência animal

Urge, nessas tardes de estio,
percorrer caminhos de pó,
resgatar a memória das árvores,
e torná-las nossas.

Urge sentir, na polpa dos dedos,
a dureza da pedra,
o rendilhado dos líquenes.

Urge absorver o aroma agreste das estevas,
escutar os sons que reclamam
a nossa natureza animal.

Urge sermos pó, ramo de árvore, pedra dura,
animal que, despojado de tudo,

anseia pela luz, pelo princípio.

Agosto/ 2013

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