quarta-feira, maio 08, 2013
As casas
As casas, à força de as habitarmos,
ganham alma.
Com o tempo, nascem-lhes braços,
regaços espaçosos e corações enormes,
em que buscamos refúgio,
quando o exterior e, por vezes,
o nosso interior se revelam hostis.
Quando as deixamos,
alguma coisa do que fomos
fica com elas,
dos seus compartimentos vazios
desprende-se uma solidão quase humana.
Se cedermos à tentação de olhar para trás,
na despedida,
conseguimos intuir-lhes
uns olhos de cão triste e abandonado.
deep/ Janeiro de 2013
Etiquetas:
as minhas imagens,
casa,
devaneios poéticos,
fechaduras,
portas
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É mesmo assim, como diz o poema!
ResponderEliminarGostei muito e a foto também está giríssima!
Um abraço
Obrigada, Isabel! :)
ResponderEliminarUm abraço
Esta porta, esta fechadura, esta casa tem uma lua...meia lua :)
ResponderEliminarTem sido difícil passar por aqui, porque leva muito tempo a carregar, mas, hoje, não desisti e ainda bem. Adorei o texto e a foto. As casas ganham alma sim, ganham-nos (a nós, à nossa alma!). Aprendi isto com a minha própria casa, pois, durante, os primeiros aninhos, não a sentia minha, mas, hoje, passados mais de cinco anos, já lhe sinto o meu «eu» a pulsar lá por dentro e lá por fora também. A casa dos meus falecidos avós também está cheia deles, mesmo quase em ruínas, ainda os vejo à janela quando eu passava por lá de carro e, algumas vezes, atrasada para ir algures, lhes acenava, prometendo, com um sorriso, parar aquando da volta. Enfim. Casa cheias de gente, mesmo quando, à primeira vista, apenas o vazio as habita. :)
ResponderEliminarAnónimo 1 (?), obrigada pela visita e pelas palavras de incentivo. :)
ResponderEliminarAnónimo 2, penso que a dificuldade em aceder ao blogue e aos comentários tenha que ver com o browser. Eu, por norma, não consigo fazê-lo com o Internet Explorer, só com o Chrome ou o Firefox.
Obrigada pelas palavras e pela companhia: :)
A nossa pele
ResponderEliminarnas paredes da casa
Deep,
ResponderEliminarResolveu o meu problema sim. Pelo Chrome, já consigo entrar sem qualquer problema!
Obrigada!
Mar Arável, acaba sempre por ficar. :)
ResponderEliminarAnónimo, fico contente. Assim, posso tê-la por cá mais vezes. :)
Tem blogue?
Não, não tenho blogue. Desculpe lá o anónimo.
ResponderEliminarAnónimo, não tem de pedir desculpa. Na verdade, usando um "nick", não deixo de ser anónima - pelo menos para algumas pessoas.
ResponderEliminarAnónimo ou não, gosto de tê-lo/la por cá. Obrigada pela companhia. :)
tão real que até doí ler.
ResponderEliminarum poema muito sentido.
um beijo
;)
Obrigada, Piedade. :)
ResponderEliminarUm beijo