sexta-feira, julho 30, 2010

R.I.P.

Há uns anos (três, se a memória não me atraiçoa), recebi, por razões que não importa trazer para este espaço, um telefonema de uma mulher. De uma forma que, na altura, me pareceu extraordinariamente natural, disse-me que estava doente e que lhe restaria pouco tempo de vida. Preocupavam-na, sobretudo, o futuro e o sofrimento do filho adolescente, a quem procurava, inteiramente sozinha, dar o melhor. Ainda que tenha tentado, não me contive e as palavras de alento que procurei transmitir-lhe proferi-as a chorar, envergonhada, como se toda a desgraça fosse minha. 
Ontem, quando, na net, li a notícia da morte de António Feio, não pude deixar de pensar nessa mulher, que partiu, como ele, em Julho, vítima da mesma doença. Ela tinha apenas 33 anos, ele apenas 55 - ambos muito novos.

Que descansem em paz.

2 comentários:

  1. Deep, subscrevo a homenagem à figura pública e às (muitas) figuras anónimas que sofrem idêntico destino. Muito cedo e com muita saudade para os que cá ficam.

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  2. Consternação perante a impotência e a desolação que estas notícias nos deixam.
    Um boa noite e um optimo domingo.
    Clorinda

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