Primeiro pareceu a Gaspar que a estrela era uma palavra, uma palavra de repente dita na muda atenção do céu.
Mas depois o seu olhar habituou-se ao novo brilho e ele viu que era uma estrela, uma nova estrela, semelhante às outras, mas um pouco mais próxima e mais clara e que, muito devagar, deslizava para o Ocidente.
E foi para seguir essa estrela que Gaspar abandonou o seu palácio.
(...)
Nessa noite, depois da Lua ter desaparecido atrás das montanhas, Melchior subiu ao terraço e viu que havia no céu, a Oriente, uma nova estrela.
A cidade dormia, escura e silenciosa, enrolada em ruelas e confusas escadas. Na grande avenida dos templos já ninguém caminhava. Só de longe em longe se ouvia, vindo das muralhas, o grito de ronda dos soldados.
E sobre o mundo do sono, sobre a sombra intrincada dos sonhos onde os homens se perdiam tacteando, como num labirinto espesso, húmido e movediço, a estrela acendia, jovem, trémula e deslumbrada, a sua alegria.
E Melchior deixou o seu palácio nessa noite.
(...)
A estrela ergueu-se muito devagar sobre o Céu, a Oriente. O seu movimento era quase imperceptível. Parecia estar muito perto da terra. Deslizava em silêncio, sem que nem uma folha se agitasse. Vinha desde sempre. Mostrava a alegria, a alegria una, sem falha, o vestido sem costura da alegria, a substância imortal da alegria.
E Baltasar reconheceu-a logo, porque ela não podia ser de outra maneira.
Sophia de M. B. Andresen, Os Três Reis do Oriente
Querida sophia, só ela para me tornar bela esta história! Obrigado Deep.
ResponderEliminar~CC~
:) e estas histórias que nos fazem lembrar a nossa infância.
ResponderEliminarMuitas prendas neste dia de reis.
Cumprimentos
Gosteiii :)))))
ResponderEliminarCCF, não tens de quê! Sophia será sempre a Sophia. :)
ResponderEliminarUm abraço.
Valentim, esta história lembra-me que nos Natais da minha infância não havia um Pai Natal, mas um Menino Jesus e Reis Magos. :)
Cumprimentos.
Miudaaa, sê bem aparecida! Um bom ano para ti. :)