sexta-feira, abril 24, 2009

amarelo e preto

Nos próximos tempos, a minha leitura e a minha escrita decorrerão, em parte, entre paredes vestidas de amarelo e preto.
Para que as minhas "letras não andem aos papéis" (como o próprio escreveu), o Jorge ofereceu-me um caderno de fabrico artesanal das papelarias Emílio Braga, que adquiriu na Vida Portuguesa.
A Ana, na impossibilidade de me oferecer um Jaguar (já me contentava com um carrito modesto), presenteou-me com O Rastro do Jaguar do Murilo Carvalho, de que vos deixo um excerto para vos abrir o apetite para a leitura.
"Esses escuros profetas talhados na pedra, que vejo da janela do meu quarto, estão se tornando uma obsessão na minha vida; e essa chuva que parece não parar nunca, que molha as pedras como óleo, me penetra nos ossos como me penetra na alma o olhar duro desses profetas. (...)
Minha única companhia é um fantasma, doce fantasma que bebe comigo, deita em minha cama, caminha ao meu lado pelas ladeiras empedradas, olha com os meus olhos a chuva, sente como eu o vento que entra pela janela, vindo das montanhas. Francisca, esse fantasma que não me assombra: música, gestos, vozes; meu amor."
Murilo Carvalho, O Rastro do Jaguar

1 comentário:

  1. Fiquei curiosa!
    Quero ler mesmo que por estas bandas não impere o amarelo. Tenho uma caneca amarela para beber um chá enquanto leio. Serve?
    Bjs

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