sexta-feira, fevereiro 20, 2009

Variações sobre O POEMA POUCO ORIGINAL DO MEDO de Alexandre O'Neill

Os ratos invadiram a cidade povoaram as casas os ratos roeram o coração das gentes. Cada homem traz um rato na alma. Na rua os ratos roeram a vida. É proibido não ser rato. Canto na toca. E sou um homem. Os ratos não tiveram tempo de roer-me os ratos não podem roer um homem que grita não aos ratos. Encho a toca de sol. (Cá fora os ratos roeram o sol). Encho a toca de luar. (Cá fora os ratos roeram a lua). Encho a toca de amor. (Cá fora os ratos roeram o amor). Na toca que já foi dos ratos cantam os homens que não chiam. E cantando a toca enche-se de sol. (O pouco sol que os ratos não roeram). Manuel Alegre Os ratos continuam por aí...

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