sábado, fevereiro 07, 2009

como as crianças

(Einstein por Arthur Sasse, 1951)
Os ossos crescem e desgastam-se, o cabelo ganha fios brancos, no rosto os vincos multiplicam-se, acumulamos experiências, mas, na verdade, não deixamos de ser crianças. Não importa a idade que o nosso B. I. regista. Temos caprichos e amuamos se não podemos satisfazê-los. Não esperneamos, mas dizemos palavras e fazemos juízos de que depois nos arrependemos. Sacrificamos o essencial para adquirirmos brinquedos de que nos aborrecemos em pouco tempo. Deixamo-nos enlear nas teias do ciúme e da inveja - não deitamos a língua de fora a quem supostamente nos trai, mas difamamos e desprezamos. Somos, como as crianças, simplistas na avaliação dos outros, usando apenas duas medidas: o "feio" e o "bonito". E, como crianças habituadas a ter demais, encantamo-nos com a mesma velocidade com que nos desencantamos, banalizando o sentido de algumas palavras que nomeiam os afectos mais nobres.

3 comentários:

  1. deito a língua de fora, e fico-me por aqui com música, e com o volume ... para já :)
    vou andando __________
    JRmarto

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  2. Parabéns por partilhar connosco a bela voz da grande Nina Simone.
    Genial
    bom Domingo

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  3. Como crianças-príncipes mimadas educadas para serem reis e rainhas da sua frustrante e banal vida. Reis e Rainhas que educaram outras crianças-príncipes.
    Ainda há crianças que nada têm de simplista na sua avaliação dos outros e são essas que convém preservar dentro de nós.
    Bjs

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