terça-feira, junho 10, 2008
a luz as sombras a penumbra
como tudo se refracta
na luz
o limoeiro a cal o berço
a casa perdida por dentro
os retratos guardados
nas gavetas
os cortinados sonolentos
uma pevide de abóbora
numa colher
pedindo nascimento
a luz invasora nos móveis
procurando memória
nascente no fogo do silêncio
encontrando-se
indo embora voltando
agasalhando por dentro
onde se treme outro frio
ainda de calor transparente
sempre a mesma fragilidade
a mesma pedra intacta
buscando perenidade
o mesmo clarão de fogueira
os mesmos destroços
com que acolhemos os ossos e
somos deles a vida inteira
José Ribeiro Marto
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Um poema que me recorda um fim de tarde de Verão da minha infância, pacífico e nostálgico, ao mesmo tempo... quem dera que alguns pequenos gestos e alguns pequenos instantes não fossem efémeros!
ResponderEliminarA matéria verbal deste poema arrancou de fotografias e de uma ida a casa que foi minha durante anos, nele há evocções , mistura de sentimentos... Escrevi bastante nessa
ResponderEliminaraltura, e integrei-o num título » »àlbum de resgate»... Foi bom vê-lo aqui comentado por si ...
Qual foi o filme para onde foi transportada? Isso é um sinal de que me orgulho , por que razão não o deveria dizer...
cordialmente
José Ribeiro Marto
Não conheço o autor, mas o poema é muito bom.
ResponderEliminarComo também é a canção do Rui Veloso abaixo.
Beijinhos.
Belo...
ResponderEliminarE a garganta? Está melhor?
Beijinhos!