traduzidos numa imagem e em palavras:
as coisas mais simples são as que voam: um pássaro desaparecendo no ar azul , a dança de uma borboleta num junquilho molhado , um réptil procurando respirar no cerco de uma mão indolente
o pulso de um coração
na levada do vento, escrevendo-se no horizonte
as coisas simples: são as que voam, as que crescem nas sombras abertas das árvores, são o piar voado dos pássaros, a fuga repentina dos gatos, são a nossa sede e o nosso rosto aceso; são um grito alado como uma lança dando semente à terra
as coisas simples são as molas e os estendais
a mulher debruçada sobre a corda contando os anéis
pelos dedos do que ainda falta fazer
do fogo do fogão que falta subir
de uma mesa posta cansada sem resposta
as coisas mais simples diz ela: é o sol, mas mal o olha, é o céu, e é um pecado procurar nele estrelas primordiais, é o mar distante, as areias infindas
tudo o que é simples, ela sabe nomear
não sabe observar, porque isso é da conta de outros dias
e ela vive a perguntar
José Ribeiro Marto
Costumo visitar esta 'casa', mas nunca tinha comentado...agora faço-o para dizer que deixe sempre a porta aberta, porque aqui reencontramos muitas vezes o caminho para a reflexão do que é mesmo importante na vida...as coisas simples, mais do que a sofisticação(dos objectos, gestos até às pessoas), a simplicidade...é nela que está a essência...
ResponderEliminarBela libélula... e, sabes, adoro o nome dito em Inglês : dragonfly!
ResponderEliminarBoa semana para ti tb. ***