Se pudesse, manifestaria igualmente o meu desacordo.
Como entidade viva e, por isso, em permanente mutação, a língua é a expressão das vivências, da mentalidade e da história de um povo. As variantes do Português que hoje se falam e se escrevem, mas que sobretudo se falam, em diferentes pontos do globo distanciaram-se do Português língua-mãe e ganharam autonomia por força de condicionalismos vários, apresentando particularidades, legitimadas pelo uso, que lhes conferem individualidade.
A meu ver, faz sentido que, de tempos a tempos, dentro de cada variante, se procedam a reajustes "oficiais" que credibilizem e uniformizem o uso de vocábulos e expressões que vão surgindo na sequência de transformações em diferentes áreas, desde a ciência às formas de relacionamento.
Assumo que tenho alguma dificuldade em aceitar que, por exemplo, o vocábulo "óptimo" se veja distanciado do seu étimo latino "optimus", em virtude de uma síncope forçada, ou de que apenas pelo contexto passe a distinguir-se "facto" de "fato".
É óbvio que esta abordagem é superficial. Talvez uma análise mais profunda me leve a mudar de opinião, mas parece-me, contudo, difícil - há anos que o Mirandês foi oficialmente considerado uma língua e ainda não conseguiram convencer-me disso...
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