Numa noite destas, quando me preparava para dormir, resolvi fazer "zapping" pelas rádios nacionais. A busca automática conduziu-me a uma conversa entre um locutor e o psiquiatra Eduardo Sá, que dizia, quando "cheguei", que temos medo de amar e de dizer aos outros que os amamos.
Não pude deixar de lhe dar razão. Não verbalizamos os sentimentos, expressamo-los cada vez menos pelo contacto físico. À medida que crescemos, desenvolvemos uma espécie de auto-censura (ou de pudor?) que tornam escassos os abraços e os beijos, que reservamos quase exclusivamente para os mais novos (muito novos!).
Se bem me lembro, pelos 18/ 20 anos, os abraços e os beijos eram fáceis. Quando a tristeza nos tomava, por razões mais ou menos válidas, sabíamos que alguém viria com prontidão abraçar a nossa dor e secar as nossas lágrimas. O tempo parecia sobrar para tudo - para o estudo, para as saídas e para longas conversas, feitas de confidências e cumplicidade, horas a fio.
Com o tempo, alguns de nós perdemos essa capacidade de expressar com espontaneidade os sentimentos. Amamos, mas não o dizemos aos alvos do nosso amor. Também tornamos escassos os beijos e os abraços... que assumimos, por vezes, como "lamechice" ou sinal de fraqueza e, quando alguém ainda ousa esses gestos de carinho, recebemo-los de forma desajeitada e tímida, como se, correspondendo, estivéssemos a cometer uma qualquer infracção.
é mesmo isso , e bem que são tão importantes essas manifestações de afectos, só que os que nos rodiam se desatamos aos abraços , chamam-nos um pouco "loucos", mas deviamos ser mais expontâneos. Ha mesmo uma terapia do abraço, muito engraçada , vi uma vez uma demostração nas andanças(festival de dança)e achei o maximo.
ResponderEliminarum beijinho
amar é, também, demonstrá-lo...
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Um grande abraço para ti!
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