Na sequência do post anterior, o Nilson deixou, gentilmente, um poema da sua lavra na minha caixa de comentários, que partilho convosco:
Procuramos o ideal
atolados em pântanos,
somos árvores perdidas a triturar
verdades escuras que adubam o chão
por onde se passeiam
as raízes que nos sustentam.
Apascentamos a alma
e engordamos a razão
num choro sereno,
imploramos que os braços
se tornem frondosos
e abarquem um céu sempre azul,
filtrado das chuvas ácidas
que teimam
em irrigar com prantos negros
as impotências da vida.
Esgravatamos as entranhas do saber
para encontrarmos o sílex do desejo,
dissolvemo-nos na pirólise
de maciços rochosos
que embargam horizontes,
percorremos o mapa do querer
em nascentes de força que devorem
o húmus indeclinável.
Somos Deuses, fazemos milagres
para que a seiva chegue aos frutos
que queremos ao sol,
suspensos à sombra dos nossos ramos.
Obrigada, Poeta!
Não perdeste tempo...
ResponderEliminarEu é que agradeço o destaque.
Um beijo.