quinta-feira, junho 22, 2006
Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar,
Seria mais feliz um momento...
Mas eu nem sempre quero ser feliz.
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural...
Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva...
O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade e na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica...
Assim é e assim seja...
F. Pessoa - Alberto Caeiro
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Pessoa tinha essa facilidade imensa de, por palavras escolhidas a preceito, traduzir coisas que se sentem e que dificilmente se conseguem exprimir.
ResponderEliminarSaudações
bons conselhos...
ResponderEliminarassim seja!
Lindo! «...e que o poente é belo». E será...
ResponderEliminarassim seja.. mesmo!
ResponderEliminarObrigada, dear deep, pelo que me dás a conhecer!
passei por aqui...e fiquei presa a ler as coisas que aqui tens... gostei oarabéns pelo blog
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