No final da tarde, um sol tímido deu lugar a nuvens negras que, em pouco tempo, se desfizeram numa chuva impiedosa que trouxe consigo vento e trovoada.
Nesse justo momento, saí de casa, peguei no carro e conduzi em direcção à serra. Fechei os vidros, liguei a música. Nas bermas, as árvores executavam involuntárias danças, rendidas aos caprichos do vento, que, vinte minutos depois, serenava. No cimo da serra, uma névoa espessa ocultava a paisagem que, em dias límpidos, extasia o olhar e lembra Caeiro: "Da minha aldeia vejo quanto da terra se pode ver do Universo.../ Por isso a minha aldeia é tão grande como outra terra qualquer, / Porque eu sou do tamanho do que vejo / E não do tamanho da minha altura...".
Percorri o estreito caminho, ladeado de frondosos castanheiros, que leva à aldeia. Cheguei quando a noite se instalava. A chuva parara. No ar pairava um agradável cheiro a terra molhada, que aspirei a plenos pulmões.
Em casa, alguém tivera a feliz ideia de fazer uma fogueira. O fogo aquece o corpo, mas aquece também a alma, por isso, apesar de estarmos em Junho e de o Verão se ter anunciado, aproximei-me.
Que texto doce e aconchegante!
ResponderEliminarO melhor fogo é o que nos aquece quando temos frio. Mesmo que o frio seja de Junho, quando a Primavera nos sabe a Outono, e o quotidiano vem gélido como o Inverno.
ResponderEliminarAqui está um texto que convida à meiguice :) E que tal um chá, perto dessa fogueira, depois da chuva e do cheiro a terra molhada?
ResponderEliminarFechei os olhos e fui contigo... lindo!
ResponderEliminarUm texto muito bonito, verdadeiramente...
Desejo-te ima boa semana. Bjo.
Bebi cada palavra com se fosse o mais doce néctar dos deuses... estou sem palavras.
ResponderEliminarAté deu para sentir o calor da fogueira de tão quentinhas e aconchegantes foram as tuas palavras. Obrigada.
ResponderEliminarMe encantó lo que escribiste. Un abrazo amigo.
ResponderEliminarObrigada a todos pelas palavras simpáticas.
ResponderEliminarAquilo que escrevi não é mais de que uma tentativa de, pelo recurso a palavras muito simples, transmitir algumas sensações que experimentei no Sábado passado.
Assobio, sê benvinda.
Hipatia, não tomei um chá, mas, em sua substituição, uma sopa quentinha...
Beijinhos para todos e votos de boa semana.
e espero que tenha sido um bom serão!
ResponderEliminarDeves viver num local rodeado de paisagens edílicas, já que o teu texto nos transporta para o sonho de um fim de dia bem passado, tendo por companhia a natureza com todos os seus cambiantes e atractivos, da qual já nem nos lembramos bem de tanto cimento e alcatrão que nos rodeia.
ResponderEliminarGostei imenso do teu texto, por isso.
Beijinhos.
nada mais reconfortante do ke chegar a casa :)) esta noite tive frio mas não tive fogueira nem nada parecido eheheh
ResponderEliminarobrigada pelo email, está tudo bem. eu continuo por aki e por aí...
beijo*
Boleia, o serão foi em amena cavaqueira com a família.
ResponderEliminarNilson, de facto vivo num lugar em que a Natureza ainda está muito presente. Do meu quarto, posso ouvir o chilrear dos pássaros ou o som dos grilos.Da varanda virada a nascente, vejo uma tira da serra; se andar aproximadamente 20 minutos de carro, estou no alto dessa mesma serra, onde é difícil não acreditar que a terra é redonda.
Gala, fico contente que tenhas passado por cá. Quando me falta o calor de uma fogueira, encontro uma alternativa: meto-me debaixo do chuveiro, com água quentinha... isso conforta-me um pouco.
Bjs para todos e boa semana.
Belo texto, que me fez lembrar os natais na aldeia dos meus avós...
ResponderEliminarcomo te entendo... o carro, a noite, a música.
ResponderEliminarafasta a solidão e estámos sós, nessas alturas.
Bjo
lindo, lindo.. lindo..
ResponderEliminartão lindo.. tão so very deep...