Há pouco mais de três anos comprei a casa onde habito. A decisão não foi fácil. O processo acabou por parecer-me menos difícil, quando senti que não estava sozinha. Viriam a habitar o prédio uma amiga de longa data e um casal também amigo, embora de menos anos. Nas primeiras reuniões de condomínio, respirava-se já uma certa cumplicidade, reforçada pela dificuldade em conseguir do vendedor algumas concessões e pelo proximidade de idades - curiosamente dei-me conta de que era a mais velha. Apesar de ter decorrido pouco tempo, abandonaram o prédio, por circunstâncias várias, os moradores de três apartamentos (50%). Porque começava a saborear, ainda que de forma reservada (mais por temperamento do que por desconfiança), a cordialidade que se instalava, entristeceu-me vê-los partir.
A minha morada da blogosfera tem menos dias, mas também aqui fui conquistando vozes cúmplices, de que sinto a falta quando falham na regularidade a que me habituaram e nas quais busco palavras de incentivo quando o alento falta ou uma gargalhada contagiante quando me apetece rir. Aqui, como no meu prédio, fui assistindo a abandonos que me causaram tristeza, mais ainda porque sei que não encontrarei o trilho por que seguiram.
*Primeiro verso da "Ode Marítima" de Fernando Pessoa
Mas por cada desistência há um outro que não desistiu e um novo para descobrir...
ResponderEliminarE... Há os que ficam sempre, para sempre mesmo...
ResponderEliminarpor cá continuamos... há sempre vizinhos novos! Temos que saber faze-los nossos amiigos :)
ResponderEliminarA vida é isso também: um vai e vem
ResponderEliminarbonito, tão bonito, deep...
ResponderEliminartão tão bonito...