(Foto de Mark Freedom)
Em todas as esquinas da cidade
nas paredes dos bares à porta dos edifícios públicos nas
janelas dos autocarros
mesmo naquele muro arruinado por entre anúncios de aparelhos de rádio e detergentes
na vitrine da pequena loja onde não entra ninguém
no átrio da estação de caminhos de ferro que foi o lar da nossa esperança de fuga
um cartaz denuncia o nosso amor
Em letras enormes do tamanho
do medo da solidão da angústia
um cartaz denuncia que um homem e uma mulher
se encontraram num bar de hotel
numa tarde de chuva
entre zunidos de conversa
e inventaram o amor com carácter de urgência
deixando cair dos ombros o fardo incómodo da monotonia quotidiana
Um homem e uma mulher que tinham olhos e coração e fome de ternura
e souberam entender-se sem palavras inúteis
apenas o silêncio A descoberta A estranheza
de um sorriso natural e inesperado
Daniel Filipe
As estrofes transcritas constituem uma pequena parte de um poema narrativo que introduz e toma quase todo o espaço de uma colectânea com o mesmo título.
Não sei se alguma vez alguém o musicou, mas lembro-me de ter visto, há alguns anos, na televisão, uma representação.
No amor não são necessárias palavras... basta um olhar e tudo despoleta... Beijo
ResponderEliminarA não estranheza de um sorriso natural e esperado quando te visito
ResponderEliminare se alguém pusesse isto em música?... gostei muito! Amor sem pressas e com sorrisos!
ResponderEliminarUm poema muito bonito para descrever o sentimento maior: O AMOR!!!
ResponderEliminarUm bjo e bom Domingo
Mas se o musicarem ficará perfeito!
ResponderEliminargostei da imagem
também gostei, deep. mesmo muito!
ResponderEliminarum abraço forte.
A invenção do amor... Uma peça de teatro, não é? Pelo menos representaram quando andava na escola, a long long long time ago... (so much that I will not tell how much...)
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