Sucumbimos facilmente a um ramalhete de palavras escolhidas, como a um perfume que nos inebria, a um piscar de olho, a um sorriso ambíguo. Por vezes, adivinhamos sentidos ocultos em frases que, aos ouvidos de outros, não significam mais do que aquilo que se disse; outras vezes, as palavras proferidas transportam compromissos.
Um dia, sem aviso, deixam de servir àquele que as proferiu, ficando-lhe desajeitadas como um fato fora de moda. Num momento fizeram-nos sonhar, serviram de alimento ao ego, soaram como música nos nossos ouvidos, no seguinte, resultaram ocas de sentido, absurdas, destrutivas, carregadas de dor e de cepticismo.
(* "As palavras voam.", como diziam os latinos)
Como eu te entendo....parece que nos dias de hoje as palavras não têem importância alguma...tudo é tão fácil, não há esforço, empenho,vontade....não ha consequências pela leviandade das palavras proferidas nem dos actos praticados...no entanto...algo em nós muda para sempre. temos que aprender a conviver com isso....ou talvez não. beijinhos de boa noite de uma noctívaga para outra :)
ResponderEliminarEu falo por mim... por vezes basta uma expressão para me despertar. Talvez por isso seja um fã de A. Lobo Antunes!
ResponderEliminarSaudações
"Aurora
ResponderEliminarA poesia não é voz - é uma inflexão.
Dizer, diz tudo a prosa. No verso
nada se acrescenta a nada, somente
um jeito impalpável dá figura
ao sonho de cada um, expectativa
das formas por achar. No verso nasce
à palavra uma verdade que não acha
entre os escombros da prosa o seu caminho.
E aos homens um sentido que não há
nos gestos nem nas coisas:
vôo sem pássaro dentro."
Adolfo Casais Monteiro
Olá Jaba! Obrigada pela tua visita a este modesto cantinho. Obrigada também pela citação- gostei.
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