sábado, fevereiro 06, 2010

Fim

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos saltos e aos pinotes,
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas!


Que o meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza...
A um morto nada se recusa,
E eu quero por força ir de burro!


Mário de Sá-Carneiro



Dos 18/19 aos 21/22, Mário de Sá-Carneiro foi um dos meus poetas e prosaístas de eleição. Nesse período, li quase toda a sua (curta) obra. "Caranguejola" e "Quase" (um excerto na barra lateral) continuam a ser poemas recorrentes. Este "Fim", que já não ouvia nem lia há algum tempo, recordou-mo Cruzeiro Seixas, que o declamou num documentário que a RTP2 acabou de passar sobre o artista plástico e também poeta surrealista.

6 comentários:

  1. Muito bom gosto nas escolhas, como sempre... Também acho este poema especial... é importante desdramatizar as inevitabilidades da vida...


    Beijinho e excelente domingo!

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  2. Excelente! Que bom foi recordar este poema...

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  3. Comigo, foi ao contrário - conheci a canção dos Trovante e só depois soube quem era o autor da letra.

    E sempre gostei, também!

    :)***

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  4. Virgínia, obrigada. O difícil é desdramatizar...

    Yashmeen e Astor, sem dúvida, um excelente poema.

    tsiwari, também sempre gostei.

    Uma óptima semana para todos. :)

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  5. Tinha uma colega-amiga de Bragança que cantava o poema, versão Trovante, com graça...Recordou-me os tempos de estudante.

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