segunda-feira, abril 25, 2016

Na copa das árvores


Duy Huynh
Tenho o coração preso às árvores.
Elevo-o ao lugar das copas.
Para que possa receber, como uma bênção,
as primeiras gotas de chuva.

É lá, no lugar das copas, que o poiso,
para que acolha os voos cansados dos pássaros,
o despontar das flores.

Agarrado ao tronco das árvores,
o meu coração sabe onde estão as raízes,
como pressente, avisado, as intempéries.


Deep, 24 de Abril de 2016

Tosco devaneio, rabiscado de um fôlego, sob inspiração da imagem que o ilustra.

4 comentários:

  1. Olá, Deep.
    Tosco?
    Devaneio: não digo que não, pois que nossa prosa não passa de viagem sem bússola por divagaçõs despoletados por imagens, sons, cheiros, paladares, amores, desamores e cantilenas... porque tudo serve à inquietude do questionamento e ao sonho de um poeta.
    Este poema é a confissão de um coração apaixonado que se quer ancoradouro da liberdade que chegue na asa de um pássaro.
    Coração apaixonado pela vida que abraça como se fosse a última coisa a fazer, antes da tempestade.
    Lindo, Deep e, sabes: eu tenho um fascínio obsessivo por árvores de troncos enormes, tão grandes quanto sua vida, que me falem do que viram, do tempo em que eu não era eu e a árvore já existia.

    bj amg

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  2. Obrigada pelas palavras, Carmem. Este comentário, só por si, é poesia em prosa.

    Também gosto muito de árvores, vestidas de folhas e de flores ou despidas. São para mim símbolo de resistência, de verticalidade e de sabedoria.

    Bom feriado. :) Bj

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  3. Estou completamente de acordo com a Carmem!
    E digo: escrevem ambas muito bem!!!
    Gostei de vir conhecer este espaço e virei mais vezes!
    Bj

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  4. Muito obrigada, Teresinha. :)

    Volte sempre. Bj

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