quarta-feira, junho 22, 2016

Há um rumor

Há um rumor de folhagem
nas tardes lentas da infância,
há vozes longínquas
que o calor estrangula.

Sentada no silêncio,
entregue à penumbra
estendo as mãos,
mas da limpidez
e da frescura das fontes
os dedos tocam só a memória.

Há, de quando em quando,
uma rã que me ensina
o desgaste das pedras,
o verde dos limos,
há ainda o odor dos pomos
que, debruçados,
trocam serenas palavras com a água.

Junho de 2009


Quase em repetição, visto que fiz, entretanto, pequenas alterações.

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