sábado, maio 13, 2017

Cai, chuva, cai


Cai, chuva, cai.
Derruba tua impiedade
sobre os homens,

Cai, chuva, cai.
Atira a tua fúria contra o asfalto,
faz ganir de dor o metal
de varandas e caleiras.

Cai, chuva, cai.
Concede aos campos
e às culturas a tua misericórdia.

Cai, chuva, cai...
Devolve-me as horas da infância,
o odor do musgo e da terra molhada,
a solidão das ruas da aldeia,
em melancólica comunhão
com o fumo das lareiras.

Cai, chuva, cai,
agora mansa,

e embala o meu sono.

deep, há minutos

5 comentários:

  1. O cheiro a terra molhada é algo de divinal.
    Bom domingo, deep!

    ResponderEliminar
  2. Tudo lava e leva, depois é esperar o sol!
    Um beijinho
    ~CC~

    ResponderEliminar

  3. Belíssimo! A anáfora a marcar o ritmo da chuva que cai, regando memórias.

    Bj.

    Lídia

    ResponderEliminar
  4. chuva milagrosa ou, porventura, milagreira ...

    beijo

    ResponderEliminar
  5. Adoro, Isabel. :)
    Boa semana. Beijo

    É isso que nos salva, CC. :) Beijinho

    Obrigada, Lídia. :) Bj

    Manuel, misericordiosa, por vezes. :) Parabéns pelo novo livro. Beijo

    ResponderEliminar