quinta-feira, maio 18, 2017

Até amanhã


Sei agora como nasceu a alegria, 
como nasce o vento entre barcos de papel, 
como nasce a água ou o amor 
quando a juventude não é uma lágrima. 

É primeiro só um rumor de espuma 
à roda do corpo que desperta,
sílaba espessa, beijo acumulado,
amanhecer de pássaros no sangue.

É subitamente um grito,
um grito apertado nos dentes,
galope de cavalos num horizonte
onde o mar é diurno e sem palavras.

Falei de tudo quanto amei.
De coisas que te dou
para que tu as ames comigo:
a juventude, o vento e as areias.

Eugénio de Andrade, Até Amanhã


Em repetição por aqui...

4 comentários:

  1. Onde existe poesia
    É minha praia ou lugar
    Que muito gosto de estar
    Para ser feliz, diria.

    E este espaço se alia
    Ao meu gosto singular
    De ler e poetizar
    Com alguma companhia.

    Assim, eu pretendo ser
    Um certo ser com dever
    De voltar a este espaço

    E me deter para ler
    E sentir todo o prazer
    Do sonhador que me faço.

    Lindo espaço. Belos poemas, os seus! Parabéns! Laerte.

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