Inquietantes os dias sem memória
Como se o magma em que se despenham
Fosse apenas mar de sargaços.
E o sol que das cigarras tem o canto
Fossem pingos de chuva. Gelado.
E as bocas fossem apenas grito sufocado. E o cântico
Vazio das almas saturadas... Ou fossem os vãos desertos
Das portas...
Caminhamos injustiças como quem apascenta
Descuidados rumores da fome. E (des)esperamos
Que nesta auréola de frio escorra o sémen
Das horas. E germine a vibração do tempo...
Incertas as praças. Prenhes embora de couraçados.
E auroras faiscantes...
Lá longe o farol clama.
Na intermitência das dores. E dos relâmpagos...
Manuel Veiga, Poemas Cativos, poética edições
totalmente inesperado! que bela surpresa.
ResponderEliminargrato mesmo. do coração.
beijo
Não ter por que agradecer. O que é belo tem de ser divulgado. :)
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