sábado, janeiro 21, 2017

Nós e os outros

«Daqui a uns dias, reze por mim e acenda uma luzinha.» 
O sinal de interrogação no meu rosto fê-la continuar: «Vou ser operada no IPO.» 
Tentei umas palavras de conforto, que saíram desajeitadas. Que palavras não são desajeitadas em circunstâncias destas?
«Sei que não vai à missa, L..»
«Às vezes, vou à missa.», retorqui.
«Isso não importa. O que importa é o que está aí dentro e, aí dentro, há um coração grande.»
Aproximou-se à procura de um abraço. Depois, numa atitude egoísta, fui eu que procurei nela outro abraço.
«Não se esqueça de rezar por mim.», disse quando começou a descer as escadas em direcção à rua.

4 comentários:



  1. Momentos difíceis aqueles em que tudo o que podemos é acender uma vela.

    Beijo

    Lídia

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  2. Nunca sei o que fazer, Lídia, a não ser oferecer companhia, sem abordar o assunto. :)

    Bom domingo. Beijo.

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  3. Nestes casos, deep, as acções e as palavras vêm do olhar e da carícia...

    xi-💚

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  4. E não precisam de ser grandes acções, nêspera. :)

    Xi-coração

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