segunda-feira, outubro 10, 2016

Experiências

com a (minha) voz aqui...

Oiço a tua voz - reconhecê-la-ia 
ainda que, subitamente, falasses 
outra língua... 

Oiço a tua voz, dizia, e, dentro de mim, 
um vulcão ameaça entrar em erupção 
para, de seguida, se desfazer num rio de lava. 

Oiço-a e, por instantes, sou pássaro 
em sinuoso voo, 
sou margem venturosa de um rio que, 
por descuido, extravasa o leito. 

Sonho-a e, nos meus sonhos, a tua voz, 
desconhecida, outra, 
perde-se dos meus dedos e da possibilidade 
de a recolher límpida e inocente no meu colo. 

 Março de 2011

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