quarta-feira, setembro 14, 2016

Tempestades


Apercebemo-nos dos sinais das tempestades e tememos não ter resistência para as enfrentar. Tememos ficar sem telhado ou, pior, sem paredes. Entretanto elas chegam, sacodem-nos, ameaçam arrancar-nos do chão, partem vidros, derrubam telhas, mas não conseguem abalar o edifício que, à medida que o tempo passa e as tempestades se sucedem, parece estar mais forte.
Com a idade e a repetição das experiências, aprendemos, como os três porquinhos, a construir casas com materiais mais sólidos, capazes de fazer parecer nada o sopro mais forte do lobo.
Percebemos que as tempestades são necessárias, que, sem elas, nunca teríamos coragem de substituir as telhas partidas ou de arriscar alterações no interior da casa. Os abanões que elas nos dão testam a nossa solidez e a nossa capacidade de nos renovarmos, por isso, aprendemos a valorizá-las, a ver beleza onde antes víamos apenas destruição e a relativizar os danos.

7 comentários:

  1. Gosto do que escreveste, deep... Às vezes o temor das tempestades abala-nos mais que as próprias tempestades.
    Beijo

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  2. Nesse sentido, Laura, são positivas. :)

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  3. Talvez seja por isso que me dou tão bem com elas...:)

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  4. De vez em quando, Ana, temos de ser espíritos-de-contradição. :)

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