quarta-feira, abril 13, 2016

Vivamus... atque amemus

(Constantin Brancusi, "O Beijo")

Uma publicação no Facebook, a propósito do Dia do Beijo, trouxe-me à memória um poema de Catulo (Gaius Valerius Catullus), que conheci há muitos anos no original.

Vivamos, minha Lésbia, e amemos,
e os murmúrios ds velhos mais severos
dêmos-lhes a todos o valor de um cêntimo!
Os sóis podem extinguir-se e voltar:
mas nós, uma vez que se extingue a breve luz do dia,
temos de dormir uma só noite, para sempre.
Dá-me mil beijos, depois um cento,
e mais mil, depois outro cento,
depois outros mil, e mais cem.
Em seguida, quando juntarmos muitos milhares,
misturamo-los, para que não saibamos
ou nenhum malvado possa invejar-nos,
quando souber que tantos foram os beijos.
Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira

O original:
Vivamus, mea Lesbia, atque amemus,
rumoresque senum severiorum
omnes unius aestimemus assis!
soles occidere et redire possunt;
nobis, cum semel occidit brevis lux,
nox est perpetua una dormienda.
da mi basia mille, deinde centum,
dein mille altera, dein secunda centum,
deinde usque altera mille, deinde centum;
dein, cum milia multa fecerimus,
conturbabimus illa, ne sciamus,
aut ne quis malus invidere possit
cum tantum sciat esse basiorum.
Gaius Valerius Catullus, Carme V

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