Faltas-me. Se aqui estivesses isto não seriam
palavras. Um trinco por dentro, essa ilusão
de voltar a ti olhando os papéis, desconheço
o que de mim resta quando as horas quase trazem
o silêncio e a boca se abre, faz a passagem
do teu corpo a um corpo que aproveita
a substituição que não sabe. Mudaremos o tempo
para nenhuma exigência, faltas-me quando estás
a caminho, já oiço os teus passos subindo
no fundo da escada. Amanhece. Nos sonhos
que não sou capaz de lembrar vens tocar-me
nos ombros e dizer ainda não são horas, ainda
não é alba. As palavras faltam-me, vou
calar-me nas duas voltas da chave, este papel
apagado, sujo da ausência dos teus gestos.
palavras. Um trinco por dentro, essa ilusão
de voltar a ti olhando os papéis, desconheço
o que de mim resta quando as horas quase trazem
o silêncio e a boca se abre, faz a passagem
do teu corpo a um corpo que aproveita
a substituição que não sabe. Mudaremos o tempo
para nenhuma exigência, faltas-me quando estás
a caminho, já oiço os teus passos subindo
no fundo da escada. Amanhece. Nos sonhos
que não sou capaz de lembrar vens tocar-me
nos ombros e dizer ainda não são horas, ainda
não é alba. As palavras faltam-me, vou
calar-me nas duas voltas da chave, este papel
apagado, sujo da ausência dos teus gestos.
Hélder Moura Pereira
Olha, deep, gostava de ter sido eu a escrever isto e agora.
ResponderEliminarBeijo
Isabel, talvez os poetas existam para dizer o que sentimos quando nos faltam as palavras.
ResponderEliminarBeijo
belo poema e um nome a reter..,
ResponderEliminargostei.
Que lindo, Deep.
ResponderEliminarAs minhas palavras até se engasgam, a ler esta delícia de texto.
bj amg
Um belo poema, sim, heretico. (Já soube que a apresentação do seu livro correu bem.)
ResponderEliminarCarmem, os poetas têm essa capacidade de nos deixar sem palavras. :) Beijo