E por vezes as noites duram meses
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
E por vezes os meses oceanos
E por vezes os braços que apertamos
nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
o que a noite nos fez em muitos anos
E por vezes fingimos que lembramos
E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
só o sarro das noites não dos meses
lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos
E por vezes por vezes ah por vezes
num segundo se evolam tantos anos
David Mourão-Ferreira (que nasceu no dia 24 de Fevereiro de 1927)
Nada é sempre igual, apenas por vezes o é.
ResponderEliminarBeijo, deep.
Ainda bem que nada é sempre igual, Isabel, para que possamos tornar-nos mais ricos e mais resistentes.
ResponderEliminarBeijo