domingo, janeiro 17, 2016

Apesar do frio, ou por causa dele


Saí de casa, no fim da tarde, para fazer umas compras de última hora. No regresso ao carro, senti no rosto este frio transmontano, seco e cortante. Inevitavelmente, lembrei-me de ti. Quantas vezes me lembro de ti em 24 horas? Tantas que perco a conta. A pretexto de tudo e de nada. De uma música, de uma expressão, de pessoas com quem me cruzo na rua. Desta vez, foi o frio que me fez lembrar de ti. Este frio, a aproximar-se, em sentido decrescente, dos zero graus. Este frio de que sentes saudades, como confessaste repetidas vezes. E, de súbito, desejei entregar-me, contigo, de mão dada, à noite e ao silêncio das ruas, apesar do frio, ou por causa dele.

4 comentários:

  1. Se tantas coisas levam o pensamento a alguém, o frio o faz de imediato. E deixa de existir quando as mãos se encontram na caminhada. Belo texto! Abraço.

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  2. Há que aproveitar o que de bom nos trazem, Luís. :)

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