segunda-feira, outubro 12, 2015

Se chegares, chegas tarde

                                                                 
 Imagem daqui


Se chegares, chegas tarde.

Apaguei todas a luzes
que poderiam indicar-te o caminho.

Fechei a porta
e abracei o silêncio.

Estou cansada demais
para acolher corações
em desalinho.

Arrumei a mesa,
guardei nos seus lugares
o pão e o vinho.

Não há, agora, espaço para a comunhão.

Talvez a minha noite termine
numa previsível madrugada.

Talvez te encontre
na luz primeira da manhã,
assim tu queiras – ou saibas- esperar.


Por ora, deixa-me dormir.

deep, 10 de Outubro de 2015

Não mais que um devaneio... Como escreveu a Eunice Souza, «Don't look for my life in these poems»!

8 comentários:

  1. 'don't look for my life in these poems'... pode um poeta viver do lado de fora da sua poesia?

    tão bonito deep...
    tenha um bom dia :)

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  2. Não pode, não, ana, ainda que tenha margem para ficcionar. :)

    Muito obrigada. Um bom dia taambém para si.

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  3. A esperança em forma de letras.
    A harmonia da esperança.
    Um belo texto.

    bj

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  4. Há sempre esperança, Armando Sena. :)

    Obrigada.

    Bj

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  5. Ana Pereira, fica prometida a visita. :)

    Laura, obrigada. :)

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