quarta-feira, julho 08, 2015

Não mais dos teus olhos

Em repetição por aqui... porque sim!


Edward Hopper, Summer in the city
Não mais dos teus olhos
brotam aves, quando amanhece
e a luz desenha geometrias
no chão, nas paredes,
e nos telhados em frente.

A manhã chega tarde ao teu corpo,
despido agora da ternura
que o meu corpo reclama ainda.

Nascem, nos teus dedos,
gestos lentos e inábeis,
despojos de carícias antigas,
memórias de um tempo
que nos pertenceu.

As palavras, em desconcerto
com os seus referentes,
vagueiam, cansadas,
entre o quarto e a porta da rua,
numa ânsia absoluta de redenção.

Deep, 09 de Junho de 2015

8 comentários:

  1. Acho que já tinha dito, mas repito, porque sim, que gosto muito! ;) BJ

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  2. Este desencontro que não está ainda capaz de transformara paixão em Amizade... Naquela Amizade de que fala Steiner.


    Beijo meu

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  3. Pode ser repetido, mas não é por isso que deixa de ser um excelente poema.
    Parabéns pelo talento das suas palavras.
    Bom resto de semana.
    Beijinhos.

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  4. Obrigada a todos pelas palavras! :)
    Beijinhos

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  5. Gostei muito do poema e da pintura.
    Sou fã do pintor:)

    :)

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  6. Há palavras assim

    a fingir de pássaros

    Bj

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  7. Obrigada, Isabel e Mar Arável! :)

    Bjs e votos de bom fim-de-semana.

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